Sam Mendes é capaz do melhor e do pior como ficou provado com os últimos filmes do agente 007: Skyfall e Spectre respetivamente.
É "pegando" no Skyfall e naquela maravilhosa cena do sniper em Shanghai que este 1917 teve parte da suas origens. Sam Mendes convidou Roger Deakins para um café e começou a partilhar às suas ideias... o meu avô contava-me umas historias da primeira guerra mundial e eu ando aqui com umas ideias para fazer umas brincadeiras com a câmera e preciso do teu trabalho na fotografia. Queres brincar ?
Deve ter sido quase assim pois por vezes 1917 parece uma experiência que acabou por resultar em cheio. Não sabemos ou pouco ficamos a saber das personagens principais, e é nos secundários que aparece um ou outro nome mais sonante mas com presenças de pouco minutos tudo fica entregue ao visual da obra.
1917 faz-me lembrar dois filmes bem recentes... o Dunkirk e o The Revenant. O primeiro devido a ser um filme de guerra também diferente dos restantes tal como 1917 o é. O The Revenant porque partilha uma jornada de sobrevivência e depois porque têm imensas cenas em "One Shoot Sequence" que o 1917 têm em todos os seus minutos.
O filme têm cenas muito boas como a cena da ratazana e outras tantas para criarem o desconforto e o horror da guerra no espetador. A cena da noite é provavelmente a melhor com aqueles jogos de luzes e sombras e mostram totalmente este 1917 como um evento técnico prejudicando-o talvez como filme sem emoção e nota-se a falta de ser a besta da guerra que Saving Private Ryan foi.
Eu gostei imenso do filme... tecnicamente é soberbo e delicia todos os amantes da fotografia muito facilmente num cenário de guerra muito bem retratado. Ainda que efetivamente ache que acaba por faltar algo que o coloque ao lado dos grandes filmes de guerra depois de uma primeira visualização.
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